Um dos suspeitos de participar do ataque a cidade de Confresa (MT) há duas semanas foi preso pelo Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas (BPMRED) nesta sexta-feira (21). O homem de 40 anos, foi capturado enquanto tentava sair da área de cerco, no interior do Tocantins, em um ônibus. Em 13 dias de operação este é o segundo preso e outros seis suspeitos morreram em confrontos com a polícia.
A busca pelo bando, com supostamente cerca de 20 criminosos, conta com uma força-tarefa de 350 policiais de cinco estados. A ação é chamada de Operação Canguçu.
A TV Anhanguera e o g1 apuraram que o suspeito estava em um ônibus que foi parado na TO-080, perto do Parque Estadual do Cantão. A informação também foi confirmada pela Polícia Militar.
As barreiras estão bastante rigorosas para evitar fugas. Durante a entrevista aos passageiros, o homem começou a dar informações contraditórias. Ele passou por uma revista e os militares verificaram que presentava muitas escoriações pelo corpo e nos pés, possivelmente devido à fuga pela mata.
Também foram constatados indícios de envolvimento dele no episódio de cárcere privado e sequestro realizado em uma fazenda, no início da fuga dos criminosos em território tocantinense.
Ele foi levado para a central de Flagrantes de Paraíso do Tocantins e negou participação na tentativa de assalto a transportadora de valores em Confresa (MT). Apesar disso, diante dos indícios a polícia o autuou em flagrante por roubo com emprego de explosivos, sequestro e cárcere privado, organização criminosa e posse de arma de fogo proibida.
Ele não teve o direito de pagar fiança para responder em liberdade, mas ainda deverá passar por audiência de custódia. O relatório da prisão aponta que o suspeito tem uma extensa ficha criminal por assalto a bancos em São Paulo.
Entenda
A caçada aos criminosos que aterrorizaram a cidade de Confresa (MT) e fugiram para o Tocantins pelos rios Araguaia e Javaés começou no dia 10 de abril. Os suspeitos estão espalhados em uma grande faixa de zona rural dos municípios de Pium, Marianópolis, Araguacema, Caseara e também na Ilha do Bananal.
Durante a fuga os criminosos também aterrorizaram fazendas no Tocantins e fizeram reféns. O medo passou a fazer parte do cotidiano dos moradores da zona rural, onde os serviços públicos e a locomoção têm sido prejudicados. Nesta sexta-feira (21), a população recebeu cestas básicas.
A caçada por eles conta com uma força-tarefa de 350 policiais de cinco estados. A ação é chamada de Operação Canguçu.
O último confronto entre a polícia e os criminosos aconteceu próximo ao povoado Café da Roça, na zona rural de Pium, na terça-feira (18), quatro suspeitos morreram. Os corpos foram localizados no dia seguinte. Um vídeo feito pela polícia mostra a intensa troca de tiros.
Ao longo da operação o comandante da Polícia Militar do Tocantins, coronel Márcio Barbosa, enfatizou que os policiais só sairão da região, quando todos os criminosos forem capturados. Nesta semana ele afirmou que é questão de tempo até que todos sejam neutralizados.
As buscas são feitas com a ajuda de cinco aeronaves enviadas por outros estados, barcos, drone e cães. Moradores da região dão apoio com alimentos, pontos de internet, dormitório e estrutura das fazendas.
Durante a operação foi apreendido um verdadeiro arsenal com capacetes e coletes, armamento pesado e munições de uso restrito das Forças Armadas, por serem utilizados em guerra. Todo o material deverá ser entregue às polícias de Mato Grosso, onde o grupo começou a ação criminosa.
A Polícia Militar do Tocantins e de Mato Grosso identificaram dois dos integrantes da quadrilha. Eles são Raul Yuri de Jesus Rodrigues, de 28 anos, que morreu em confronto, e Paulo Sérgio Alberto de Lima, de 48 anos, que foi preso após fazer o funcionário de uma fazenda refém.
Os outros cinco mortos ainda não tiveram as identidades divulgadas.
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