Você já teve a sensação de que em todos os relacionamentos você sofre? Ou conhece alguém que parece que de tantas opções sempre escolhe a pior? Pois é, parece que a expressão “dedo podre” realmente existe.
O “dedo podre” comumente falando, é definido como a atração por pessoas “erradas”, que não dão o devido valor para o companheiro(a), gerando um sofrimento muito grande, em praticamente todos os relacionamentos afetivos.
Mas na verdade, isso acontece por diferentes motivos, e muitos estão relacionados à pessoa que escolhe e não necessariamente a pessoa que é escolhida. Muitos de nós já tivemos a sensação de relacionar com “pessoas parecidas”, e eu não estou dizendo sobre a aparência física, e sim no âmbito comportamental. Acontece que os padrões amorosos repetitivos são consequências do tipo de criação que tivemos. Isso significa que a maneira como a nossa família nos apresenta o amor, é um fator decisivo na maneira como lidaremos com esse sentimento ao longo da vida. Afinal, “a infância é terra que a gente pisa a vida toda”.
Uma família muito rígida, é possível que você crie crenças de desvalor e, se torne uma pessoa muito autocrítica. Ao mesmo tempo, uma família muito liberal, permite a crença de desamparo, e a forma que o nosso cérebro arranja de lidar com isso é através da autorresponsabilidade, ou seja, acredita que se você não tomar a frente, ninguém tomará. Embora seja um constructo familiar, a responsabilidade de mudança é totalmente nossa.
Entre algumas dificuldades, o “dedo podre” pode ser uma justificativa para a evitação de novos relacionamentos com medo de um novo sofrimento, desconfiança excessiva, baixa autoestima, e insegurança contínua. E por isso, sempre acreditamos não sermos merecedores de um relacionamento saudável, e assim, nos submetemos a aceitar o inaceitável. Não tem possibilidade de uma mesma pessoa ter resultados diferentes sem tomar uma atitude de mudança. Para que a crença do dedo podre não exista mais é necessário trabalhar o autoconhecimento e entender como funciona sua mente. É preciso ter clareza nos seus objetivos, pois tão importante quanto saber o que quer, é importante saber o que não quer para sua vida.
Se temos uma crença de ‘desvalor’, de nos sentirmos inferior às outras pessoas, tendemos a entrar em relacionamentos que nos façam sentir desse jeito. Afinal, em algum nível, acreditamos que isso de fato seja verdade, pois o dedo podre, a carência e baixa autoestima geralmente andam lado a lado.
Em relacionamentos apesar de ser muito importante o lado emocional, não anula a necessidade da racionalidade, que nos permitirá a tomada de decisões de uma forma assertiva, saindo da crença “aceito isso por medo de ficar sem”, para o pensamento “eu mereço mais”. Isso é autoconhecimento. Isso é autocuidado.
Ramí Felipe - Psicólogo
CRP 18/05565