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“EU ESTOU BEM”

Falar que as coisas estão bem, que tudo está dentro da normalidade, mesmo sem estar, é uma forma de negação da realidade, negar as emoções e os conflitos.

Por: Redação Fonte: Vila Rica News
15/02/2024 às 17h20 Atualizada em 15/02/2024 às 17h27
“EU ESTOU BEM”

Quantas vezes ao ser questionada como estava, você respondeu que estava tudo bem? Quantas vezes teve que sorrir, mesmo com o peito despedaçando? Ou quantas vezes falamos “tenho que falar que está bem, para não piorar”? Apesar de parecer inofensivo, o “estou bem”, sem estar, é bastante prejudicial.

Falar que as coisas estão bem, que tudo está dentro da normalidade, mesmo sem estar, é uma forma de negação da realidade, negar as emoções e os conflitos. É construir um mundo ideal, e viver com veemência nele, mesmo não condizendo com a realidade. É querer que os outros pensem que tudo está em pleno funcionamento, quando por dentro, está um caos.

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Muitas vezes, por vergonha, medo do julgamento, por não querer incomodar, por histórico de decepções, evitamos pedir ajuda a alguém, e acaba resultando muitas vezes no acúmulo de sentimentos negativos, podendo acarretar em sintomas de ansiedade, e comportamentos depressivos.
Nem todo mundo vai pedir ajuda formalmente, é muito burocrático ter que explicar. Tem muita gente se escondendo atrás de um sorriso, atrás de noites mal dormidas (ou sono excessivo), de um copo de bebida, de rotinas atarefadas, atrás da tela do celular, enfim. Cada um de nós temos os nossos motivos para ser do jeito que somos. Tem gente que não pede ajuda, embora, grite em silêncio. 

Às vezes ficamos bem quietinhos, fingimos estar bem para evitar novos conflitos, simplesmente porque não somos capazes de falar ao certo como estamos nos sentindo. Mas, ao mesmo tempo, ficamos torcendo secretamente para que alguém escute o nosso silêncio. Dentro desse silêncio, existem lacunas incontáveis de dor, de sentimentos de abandono e de solidão, tristeza, angústia, cansaço, estresse. Há silêncios que são extremamente ensurdecedores e que não se cala até que possamos o ouvir.

Compartilhar nossos sentimentos com alguém, pode ser arriscado, temos medo da decepção, temos vergonha, muitas vezes somo julgados, dizem que é drama, frescura, “falta de Deus”, e assim, por vezes escolhemos nos calar, para nos protegermos de mais sentimentos dolorosos. Além disso, muitos de nós fomos criados em ambientes onde não era permitido expressar a raiva ou tristeza, ou que nossos sentimentos foram ignorados. E como resultado, aprendemos a reprimi-los.

A solidão e o silêncio são irmãos gêmeos com um enorme apego amoroso de um para o outro. É dentro dos braços do silêncio que a solidão na maioria das vezes encontra abrigo. E é no esconderijo da solidão que o silêncio não carrega nenhuma culpa por não haver absolutamente nada que se possa dizer.

Caso perceba que não esteja se sentindo bem, perdendo o prazer em hobbies que antes eram prazerosos, busque ajude profissional. 

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Ramí Felipe - Psicólogo
CRP 18/05565

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Ramí Felipe
Ramí Felipe
Ramí Felipe - Psicólogo (CRP 18/05565), escreve mensalmente como colaborador para o Portal Vila Rica News.


Instagram: @psicoramifelipe
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