Domínio de cidades e Operação Canguçu: 1 ano do ataque à Confresa

Há exatamente 1 ano atrás se iniciava a maior caçada a um grupo criminoso da história recente do Brasil. A Operação “Confresa/Canguçu” foi um trabalho de integração entre policiais de 5 estado e mostrou a efetividade policial é determinante para frear a criminalidade. 

Tudo começou na tarde de 9 de abril de 2023, domingo de páscoa. Quando um grupo criminoso invadiu a cidade de Confresa, com o intuito de roubar uma transportadora de valores. Os bandidos em sua maioria eram pertencentes ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que comanda o tráfico no estado de São Paulo.

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Fortemente armados, o grupo fechou rodovias, ateou fogo em veículo e causou o caos, gerando pânico na população. Uma pessoa acabou baleada por bala perdida e mais de 10 mil disparos foram efetuados pela cidade, demonstrado o alto poder de fogo que carregava a quadrilha. Audaciosos, os criminosos chegaram a invadir a 27ª CIA de Polícia Militar de Confresa, onde trocaram tiros com os Militares e fugiram, após atear fogo em um veículo.

Depois de duas horas de tentativas de chegarem ao cofre da transportadora de valores e inúmeras explosões, os marginais desistiram e iniciaram o plano de fuga, deixando para trás explosivos e munições. Já nos primeiros kms da BR-158, o grupo percebeu que não seria tão simples fugir da polícia do Norte Araguaia mato-grossense.

O segundo confronto ocorreu com uma equipe da Força Tática Xingu que já se posicionava à espera da quadrilha. Pelo menos 4 dos 6 veículos usados na ação eram blindados, demonstrando uma certa vantagem do grupo criminoso, apesar disso os policiais frearam temporariamente e atrasaram a fuga dos bandidos.

Pouco tempo depois um novo confronto com policiais militares, desta vez, na rodovia estadual MT-413 em Santa Terezinha. Já prevendo que as coisas ficariam “feia”, os integrantes optaram por fugirem em embarcações, navegando pelo rio Araguaia seguindo para o estado de Tocantins, o que desenrolaria uma caçada épica.

Com a chegada de equipes especializadas do BOPE, ROTAM, Força Tática de Mato Grosso e as forças de segurança dos estados de Tocantins, Pará, Goiás e até Minas Gerais, a “moita” iria se fechar. Iniciava-se a busca aos criminosos que tocaram o terror em uma pequena cidade e desafiaram a lei e a ordem de um estado.

Já no segundo dia de caçada, um criminoso acabou morto em confronto com policiais de Tocantins. E a partir daí, os dias seguiram com intensas buscas e confrontos violentos, em uma vasta área de varjão. Equipes do Comando de Operações de Divisa o “COD” de Goiás também se envolveram nas buscas e no quarto dia conseguiram “tombar” mais um criminoso. Em outro confronto com a BOPE de Mato Grosso, 4 bandidos foram mortos em um intenso tiroteio.

Nos dias seguintes conforme se avançava e o cerco se fecha, os números de tiroteios aumentavam e os marginais diminuíam. O 18º criminoso foi morto no dia (13.05.2023), mais de um mês depois da ação delituosa em Confresa.

Pelo menos 16 fuzis de grosso calibre foram apreendidos, entre eles um .50 armamento antiaéreo e um fuzil de fabricação Belga roubado da polícia paulista. Além de AK-47, AR-15, 556, 762 e 308 e centenas de munições.

A caçada durou 38 dias de buscas com 18 mortos e 3 presos na área de fuga. A Operação “Canguçu”, recebeu esse nome devido a região que foi concentrada as buscas. Canguçu é grupo de reservas abertas para atividades de ensino, pesquisa e extensão na Ilha do Bananal.

Investigações da Polícia Civil descobriram que os criminosos organizaram a tentativa de roubo por mais de 2 e anos e gastaram mais de R$ 2 milhões. Pelo menos mais 5 pessoas foram presas acusadas de planejarem e financiarem o assalto. 

Nesta tarde terça-feira (9), haverá um culto ecumênico na 27ª CIA de Polícia Militar de Confresa para celebrar os resultados positivos e agradecer pela vida de cada policial que se envolveu na missão. O culto contará com a presença do Comandante do 10º Comando Regional de Vila Rica Tenente Coronel Noelson, o Tenente Coronel Escolástico comandante de Confresa e demais autoridades políticas e religiosas.